Os casos de câncer de mama vêm aumentando muito nos últimos anos, até porque hoje a mulher vive mais do que antigamente. É a maior causa de mortalidade de mulheres entre 39 e 58 anos, sendo que as regiões Sul e Sudeste do Brasil são as mais atingidas. Geralmente o câncer de mama é "silencioso" e a mulher não apresenta sintomas. A prática clínica mostra que 75% dos casos são detectados pela própria mulher durante o auto-exame e, nesses casos, o tumor já ultrapassa 2cm. Através de um rastreamento mamográfico é possível se detectar mais precocemente os casos de câncer de mama e se obter uma redução da mortalidade de 30 a 70%.
O que é câncer?
O câncer é o resultado da multiplicação exagerada e descontrolada de algumas células que adquirem a capacidade de invadir estruturas sadias à sua volta. Eventualmente podem deslocar-se do seu local de origem, atingir a corrente sanguínea e alcançar outras partes do corpo. Quando essas alterações ocorrem no tecido mamário, temos o câncer de mama, que se manifesta, normalmente, sob a forma de um caroço ou nódulo palpável.
Todo nódulo palpável na mama é câncer?
Não. Existem tumores que não são denominados de câncer. Os cistos e os fibroadenomas podem ser palpáveis e não têm uma evolução ruim como o câncer de mama.
Além da palpação de nódulos, existem outros sinais sugestivos de câncer de mama?
O aparecimento de ínguas nas axilas, modificações da forma e tamanho das mamas, saída de secreção escura ou com sangue pelo mamilo e modificações na pele, na aréola mamária ou no mamilo podem ser sinais indicativos de câncer de mama.
Existe predisposição para o câncer de mama?
Sim, existem fatores de risco, que estão associados ao aparecimento do câncer de mama. Esses fatores devem ser identificados, pois permitem ao médico acompanhar seus pacientes individualmente e traçar condutas específicas para a prevenção.
Quais são os fatores predisponentes?
São considerados fatores de alto risco: a história familiar (mãe ou irmã com câncer de mama na pré-menopausa) e a presença de alterações genéticas (modificações nos genes associados ao câncer de mama – BRCA1 e BRCA2). A intensificação de medidas preventivas leva à detecção precoce das alterações, aumentando a chance de cura.
Qual o significado de predisposição genética para o câncer de mama?
A detecção das modificações nos genes associados ao câncer de mama – BRCA1 e BRCA2 – indica apenas uma predisposição, não sendo definitiva para o aparecimento de câncer de mama. Esse exame deve ser feito preferencialmente nos grupos de mulheres que apresentem uma história familiar de câncer de mama ou ovário.
Qual a vantagem do diagnóstico precoce?
O diagnóstico precoce do câncer de mama possibilita o tratamento em estágios iniciais da doença, evitando procedimentos mais radicais e aumentando as chances de cura.
Quais as estratégias para o diagnóstico precoce de câncer de mama?
A detecção precoce inclui três estratégias complementares:
• auto-exame – inspeção visual e palpação sistemática de cada mama pela própria mulher. Deve ser realizado geralmente entre o 7º. e 10º. dia após o início da menstruação;
• exame clínico das mamas – exame realizado pelo profissional de saúde rotineiramente durante a consulta;
• mamografia e ultra-sonografia – exames radiológicos.
O que é, mais detalhadamente, a mamografia?
A mamografia é um exame de raio-X das mamas. Na imagem radiográfica da mamografia o especialista consegue detectar alterações sugestivas de câncer e diferenciá-las das lesões benignas. Para a realização do exame é necessária a compressão dosada das mamas, sem a qual não é possível a visualização adequada do tecido mamário e a distinção das lesões. Apesar de ser considerada desconfortável por algumas mulheres, essa compressão não causa nenhuma agressão ao tecido mamário. Não é indicado que pacientes sensíveis realizem o exame na fase pré-menstrual, quando já existe uma sensibilidade aumentada nas mamas.
Qual a idade ideal para iniciar a realização dos exames de mamografia?
A primeira mamografia deve ser realizada entre 35 e 40 anos e controles periódicos anuais ou bianuais a partir dos 40 anos. Nas mulheres com história familiar importante, essa recomendação deve ser adiantada em 10 anos. A mamografia é o método de escolha para a detecção precoce do câncer mamário, pois consegue descobrir lesões mesmo antes de serem aparentes no exame físico. É recomendada como método de rastreamento, sendo indicada para todas as mulheres, independente da existência de sinais ou predisposição para o câncer.
O que é, mais detalhadamente, a ultra-sonografia de mama?
A ultra-sonografia das mamas não é método de rastreamento para câncer das mamas. Deve ser considerada como um importante adjuvante em algumas condições. A mais freqüente e importante é a determinação pela ultra-sonografia da composição de um nódulo detectado pela palpação e/ou pela mamografia. Também é bastante importante na orientação de punções desses nódulos, que podem ser cistos, passíveis então de serem aspirados e resolvidos, ou sólidos, podendo-se obter material com agulha fina ou grossa para estudo mais detalhado.